Yoshitaka Amano no Brasil
Artista gráfico japonês de 59 anos já fez parceria com Neil Gaiman e criou personagens dos games Final Fantasy; leia entrevista
Dono de um estilo
rebuscado e exuberante, o artista gráfico japonês Yoshitaka Amano
acumula um currículo versátil: ilustrou para diversos animes (Vampire Hunter D, Speed Racer, G-Force), colaborou com franquias de videogame (são dele os designs de personagens de vários títulos da clássica série Final Fantasy), criou uma adaptação gráfica da obra A Flauta Mágica, de Wolfgang Amadeus Mozart, e trabalhou em conjunto com o escritor Neil Gaiman na graphic novelSandman: Os Caçadores de Sonhos (lançada
pela editora Conrad em 2001). Em recente passagem-relâmpago por São
Paulo, Amano, 59 anos, teve dias de popstar: concedeu uma palestra no
evento GameWorld, distribuiu autógrafos e inaugurou uma exposição de
dois dias de alguns seus principais trabalhos. Em sua primeira visita ao Brasil, Amano afirmou que pretende estudar e
coletar mais dados sobre o país, especialmente sobre mitologia e
folclore.
Palestra com Yoshitaka Amano
“É importante conhecer a produção artística local”, porém,
lamentou a falta de tempo para conhecer a Amazônia. – e que voltará ao Brasil em
maio, em novo formato e espaço ainda a ser divulgado. A seguir, um
sucinto Amano falou com exclusividade para a Rolling Stone Brasil sobre a parceria com Gaiman, o trabalho com games e o crescente mercado mundial de mangás.
Sobre a influência de artistas ocidentais:
“São inúmeros [nomes]. Quando eu era jovem, fui influenciado por muitos artistas, porém, à medida que fui desenvolvendo a minha própria visão do mundo e o meu próprio estilo de traço, passei a ter como objetivo o aprimoramento desse estilo.”
“São inúmeros [nomes]. Quando eu era jovem, fui influenciado por muitos artistas, porém, à medida que fui desenvolvendo a minha própria visão do mundo e o meu próprio estilo de traço, passei a ter como objetivo o aprimoramento desse estilo.”
Sobre trabalhar em parceria com Neil Gaiman em Sandman: Os Caçadores de Sonhos
“Neil Gaiman é britânico, mas a Inglaterra e o Japão têm muitas coisas parecidas. O processo não teve problemas pelo fato de Neil Gaiman já possuir essa base. Posso até dizer que ele me ensinou sobre a história do Japão, pois eu não tinha esse conhecimento.”
“Neil Gaiman é britânico, mas a Inglaterra e o Japão têm muitas coisas parecidas. O processo não teve problemas pelo fato de Neil Gaiman já possuir essa base. Posso até dizer que ele me ensinou sobre a história do Japão, pois eu não tinha esse conhecimento.”
Sobre a convergência entre quadrinhos e artes plásticas no estilo artístico de Amano e o tempo dedicado a cada página desenhada:
“Eu não sei ao certo. No Japão, não existe divisão entre mangá e desenho tradicional. Eu acredito que o meu estilo não tenha mudado. Quanto ao tempo, é variável, mas acredito que levo cerca de um dia para finalizar uma obra.”
“Eu não sei ao certo. No Japão, não existe divisão entre mangá e desenho tradicional. Eu acredito que o meu estilo não tenha mudado. Quanto ao tempo, é variável, mas acredito que levo cerca de um dia para finalizar uma obra.”
Sobre se o trabalho com videogames atende às expectativas:
“Os personagens de um videogame são desenvolvidos em um processo coletivo, pelas mãos de muitas pessoas. Por ser um trabalho coletivo, não tenho frustrações. Acredito que o conceito seja essencial, e eu desenvolvo criações para atender isso.”
“Os personagens de um videogame são desenvolvidos em um processo coletivo, pelas mãos de muitas pessoas. Por ser um trabalho coletivo, não tenho frustrações. Acredito que o conceito seja essencial, e eu desenvolvo criações para atender isso.”
Sobre a expansão do mercado de criação de mangás para além do Japão:
“Os mangás japoneses também foram influenciados por países como os Estados Unidos. Acredito que a difusão de coisas originais do Japão seja um fato positivo, porém, tenho minhas dúvidas se isso realmente é bom.”
“Os mangás japoneses também foram influenciados por países como os Estados Unidos. Acredito que a difusão de coisas originais do Japão seja um fato positivo, porém, tenho minhas dúvidas se isso realmente é bom.”
Sobre a influência da música na criação artística:
“Sempre escuto música quando estou produzindo. São diversos gêneros musicais, e costumo trocar conforme o espírito do momento. Gosto tanto de música clássica como de J-POP [música pop japonesa].”
“Sempre escuto música quando estou produzindo. São diversos gêneros musicais, e costumo trocar conforme o espírito do momento. Gosto tanto de música clássica como de J-POP [música pop japonesa].”
Fonte: Revista Rolling Stone
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