Tempos Primordiais (100.00 a.C a 350 d.C)

Aspecto Geral

A evolução do homem pode ser dividida em quatro épocas, conforme os instrumentos por ele usados:
     1. Idade da Pedra Lascada;
     2. Idade da Pedra Polida;
     3. Idade do Bronze;
     4. Idade do Ferro.
     O arquipélago nipônico, segundo os estudiosos, passou a ser habitado pelo homem após o inicio da Idade da Pedra Polida. Naquela época, os primitivos habitantes viviam da caça, pesca, frutos e plantas agrestes. A formação da sociedade era simples, pois não havia ricos e nem pobres; todos trabalhavam juntos para poderem sobreviver. Os agrupamentos de famílias formavam pequenas aldeias que se transferiam constantemente de um lugar para outro, em busca de melhores condições alimentares. Procuravam as praias e as proximidades dos rios, onde construíam choupanas de sapé. Usavam machados, lanças e pontas de flecha fabricada de sílex, agulhas de osso, recipientes de barro, etc. Esta civilização rudimentar criada pelos primitivos é conhecida hoje como a “Civilização Jômon-shiki”, que durou milhares de anos, sem apresentar progresso algum.
     Após longo tempo de estagnação, muitas levas de imigrantes procedentes do Pacifico sul e do continente asiático desembarcaram no Japão, trazendo consigo instrumentos metálicos e o cultivo do arroz. Com isso, o nível de vida no arquipélago elevou-se rapidamente. Iniciou-se a produção de víveres, através da transformação do sistema social primitivo em sociedade agrícola. Com a produção dos gêneros alimentícios e o armazenamento de bens de consumo, pouco a pouco surgiu à diferenciação entre ricos e pobres, como também, surgiram automaticamente, as classes sociais: a dominante e a dominada. Esse foi o começo da formação de pequenos países em várias regiões do território.

Formação do Arquipélago Nipônico

 Considera-se que, em tempos remotíssimos, o Japão era ligado geologicamente ao continente asiático. O atual Mar do Japão, segundo alguns geólogos, era um lago e o clima do território, bem quente. Chovia em abundância e havia densas florestas habitadas por rinocerontes, elefantes, tigres e muitos outros animais tropicais, de tamanho maior que os exemplares da fauna atual.
     No tempo da convulsão telúrica, o continente asiático também sofreu uma grande transformação; uma enorme parte da terra afundou-se e o lago ali existente tornou-se o mar que hoje separa o território nipônico do continente asiático. Com a chegada, da era glacial, o Japão foi também coberto por grossas camadas de galo. Tempos depois, surgiram vulcões em constantes explosões acompanhadas de chuvas torrenciais, o que, aos poucos, provocou o desaparecimento dos animais gigantescos. Em seu lugar, mais tarde, apareceu o homem.
     Estes fatos se passaram há milhares e milhares de anos, sendo, portanto, impossível determinar com exatidão a seqüência dos acontecimentos, mas, dia a dia os estudos geológicos e arqueológicos estão esclarecendo muitos aspectos daquele passado remoto.

A Origem dos Japonês

     Alguns antropólogos afirmam que o Japão foi habitado pela primeira vez há 10.000 anos; outros supõem que o fenômeno seja mais recente.
     Em 1949, um jovem mascate, ao dirigir-se à província de Gunma, descobriu uma pequena lasca de pedra prata (obsidiana) sobre uma rampa de terra vermelha: era uma ponta de lança. Como a camada de terra vermelha era constituída de cinza vulcânica acumulada no período neolítico (Idade da Pedra Polida), ficou esclarecido que nos tempos em que os vulcões se achavam em plena atividade o Japão já era habitado pelo homem.
     Entretanto, ignora-se ainda a origem certa dos primeiros moradores do arquipélago. Várias são as opiniões. Alguns dizem que os primeiros habitantes vieram do continente sul-asiático, no decorrer de longos anos, carregados pelas correntes marítimas. A seguir, outras levas de imigrantes, vindas do norte, alcançaram o arquipélago através da península coreana. Estes últimos, segundo afirmam alguns especialistas no assunto, eram muito mais inteligentes e audazes que os primeiros. Assim, com o encontro de dois ou mais grupos diferentes, iniciou-se o cruzamento étnico de que resultou a determinação do povo tipicamente japonês.

A Civilização Jômon-shiki

     Podemos conhecer a vida dos primitivos moradores do Japão, por intermédio dos vestígios descobertos pelos arqueólogos.
     Os habitantes do arquipélago, há 6.000 anos aproximadamente, construíam suas toscas habitações cavando o solo em forma de um poço raso, circular ou oval, e colocavam um esteio roliço no centro para suspender a armação do teto que era coberto de sapé. Os homens procuravam víveres e fabricavam instrumentos de sílex, enquanto as mulheres se ocupavam em preparar a comida e em fabricar recipientes e bonecos de barro. Como viviam a mercê da natureza, muitas vazes o alimento lhes faltava, motivo pelo qual sofriam de desnutrição e não raro morriam de fome. Era árdua a luta pela vida.
     Esses primitivos eram individualistas, pois moravam separados, sem formar vilas e nem aldeias. Eram animistas, acreditavam na existência de alma nos rios, nas árvores, nas pedras e em todos os seres da natureza. Para acalmar a ira dessas almas, segundo alguns arqueólogos, fabricavam bonecos de barro e ofereciam a elas como sacrifício.
     Foram eles que determinaram a primeira civilização japonesa, denominada Jômon-shiki. Em escavações feitas em vários locais do país, encontraram-se os trabalho, de barro que deram origem à designação: “Civilização Jômon-shiki”. Naqueles trabalhos (vasos, potes, tigelas, etc.), notam-se ornamentações que eram feitas através de uma leve pressão de corda na parte externa. Os recipientes são frágeis, mas apresentam traços rígidos e ásperos.

A Civilização Yayoi-shiki

     Na província de Shizuoka, encontra-se um famoso vestígio da antiguidade: o vestígio de Toro, que se caracteriza pela aglomeração de casas e pela existência de utensílios e grãos de arroz. Daí se pode concluir que havia ali um pequeno povoado, cujos moradores viviam da cultura do arroz.
     Sendo o arroz uma planta tropical, originária das regiões sul-asiáticos, considera-se que foi introduzido no Japão por um grupo étnico oriundo provavelmente da Indonésia. Esse grupo sulino chegou ao arquipélago japonês em tempos muito remotos, atravessando o oceano em suas embarcações, levadas pela corrente marítima. Depois que aprenderam o cultivo do arroz, os habitantes que, até essa época, viviam de frutos silvestres, da caça e da pesca, deixaram a vida nômade e começaram a organizar-se, a fim de dominar as forças da natureza dando, assim, o primeiro passo em direção ao progresso.
     O cultivo do arroz trouxe, portanto, a fixação do homem em suas terras. Dessa estabilização, nasceram os primeiros agrupamentos de casas, que deram origem às aldeias e vilas. A essa altura, a evolução cultural também entrou na sua segunda fase, criando a chamada Civilização Yayoi-shiki, a qual teve inicio 300 anos antes da era cristã e durou aproximadamente até o século III depois de Cristo.
     Os trabalhos de barro dos tempos de Yayoi-shiki não são rústicos como os do período anterior. Já apresentam mais beleza e fintara, com formas bem modeladas. Os criadores daquela civilização já faziam uso de instrumentos metálicos e o nível de vida era muito elevado.

A Primeira Nação mais Poderosa

     A história do Japão, até o começo da Civilização Yayoi-shiki, é esclarecia, somente através de estudos efetuado nas ruínas e vestígios pelos arqueólogos. No início da Era Cristã, entretanto, o Japão começou a ser citado em anais históricos da China, com o nome de “Wa”. Em um dos documentos do primeiro Império da dinastia Han, encontra-se registrado que a Terra do Sol Nascente se achava dividida em mais de cem países pequenos; o registro do segundo Império da mesma dinastia, cita que um país nipônico, chamado Na, enviava, constantemente, emissários para prestar homenagem ao Soberano do Continente Celeste. Porém, no início do século II, o nome do Japão desapareceu para vir reaparecer no século seguinte.
    Há 1.700 anos, imperava na China a dinastia Wei. Nos anais históricos daquele país, encontra-se um capítulo referente à situação política e aos costumes do Japão tais como haviam sido descritos por alguns diplomatas chineses que visitaram a Terra do Sol Nascente.
     O arquipélago nipônico, naquela época era dividido em mais de 30 nações. Cada nação tinha o seu próprio, rei. A mais poderosa delas era a de Yamadai, governada por uma rainha, chamada Himiko, que morava em um palácio, cercada por mil criadas e protegida por soldado. Fortemente armados.
     Em 239 d.C., Himiko enviou um grupo de emissários à capital de Wei e, no ano seguinte, foi agraciada pelo Imperador Ming com um selo de ouro, no qual estava gravado o titulo honorário de “Rainha do Japão”, Simpatizante de Wei. Em sinal de gratidão, outros representantes voltaram a Wei, para oferecer escravos e tributos ao soberano chinês.
     Yamadai foi, portanto, a nação japonesa mais importante daqueles tempos. Porém, apesar das referências dos documentos. De Wei, os estudiosos do assunto ainda não conseguiram determinar onde se localizava aquele país.

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