Beppu e suas fontes termais



A água do Shiraike Joigoku é transparente na fonte, mas fica branca em contato com o ar Beppu concentra 10% das fontes termais do Japão Minerais dão cores diversas a 

lagos vulcânicos de Beppu

 


O sulfato de ferro dá a cor azul-cobalto ao Umi Jigoku, que nasceu, há 1.300 anos, da explosão de um vulcão 


Beppu, segunda maior cidade da província de Oita, na ilha de Kyushu, concentra 10% das fontes termais do Japão: são mais de 2.800 em pouco mais de 125 km², atingindo o volume de 137 mil metros cúbicos por dia.

Esta abundância de água quente – quentíssima, aliás – deve-se aos montes Tsurumi e Garan, ambos vulcões ativos, que ficam a oeste da cidade. Junto com o monte Yufu, compõem uma bela paisagem, que se perde em meio à nuvem de vapor das fontes que nascem por toda a cidade.
Entre tantas nuvens de vapor, tem-se a visão de lagos coloridos com o vermelho e o azul-cobalto intensos, formados pela atividade vulcânica das montanhas da região. O passeio pelos lagos de águas termais, chamados de “Inferno”, popularizou-se em 1911, com a inauguração da estação Beppu, que aumentou o fluxo de turistas. Eles procuravam a cidade por causa do onsen (banho de água termal), não apenas como forma de lazer, mas também como terapia. Os lagos de água de diferentes cores, que já eram conhecidos, tornaram-se atração turística quando a empresa Kamenoi passou a oferecer passeio guiado, com o nome de Jigoku Meguri – “Peregrinação pelo Inferno”, literalmente. O ano era 1928, e este foi o primeiro tour guiado por uma mulher. É também o roteiro turístico de ônibus mais antigo do país ainda em atividade. 

O nome Chi no Ike Jigoku faz alusão à
cor de sangue do inferno budista













A sauna de areia quente fica à beira do mar, na praia de Shouningahama, a 15 minutos da estação Beppu da JR


Frutos do mar e verduras são cozidos no vapor,

aproveitando o calor do termas




Oniyama Jigoku: água aquece local de criação de jacarés



 


No roteiro Jigoku Meguri, é possível conheder oito lagos e fontes vulcânicas, que fazem parte da Associação de Jigoku de Beppu. O Umi Jigoku (inferno do mar) foi formado há 1.300 anos, com a explosão vulcânica do morro Tsurumi. A cor azul-cobalto deve-se ao sulfato de ferro, presente em grande quantidade na água que nasce a mais de 200 metros de profundidade. Não se deixe enganar pela sua beleza: as águas do lago chegam a 98°C, quente o suficiente para cozinhar, em alguns minutos, ovos que estão à venda em uma das lojas do local.
As águas do Shiraike Jigoku são transparentes na fonte, mas, em contato com o ar, tornam-se esbranquiçadas, por causa do sal de ácido bórico. Outro que tem cor esbranquiçada, mas pendendo para o verde, é o Oniyama Jigoku. O calor da água é utilizada para aquecer um local de criação de jacarés, que levou as pessoas a apelidarem o espaço de Wani Jigoku, ou inferno de jacarés. São cerca de cem animais, que começaram a ser exibidos em 1923.
Mas uma das visões mais surpreendentes é o Chi no Ike Jigoku, literalmente inferno do lago de sangue”. A água, de um vermelho intenso que realmente faz lembrar sangue, chega a 78°C. A fonte do líquido ferroso despeja 1.800 quilolitros por dia, e dele é feito um remédio que dizem ser bom para cicatrizar feridas.
Há também “infernos” que não formam lagos: no Tatsumaki Jigoku, o turista pode ver gêisers, ou jatos de vapor de água e de água quente, lançados ao ar em intervalos de 20 a 40 minutos. A temperatura chega a 101 °C, mas o risco de se queimar é mínimo por causa das paredes e teto de pedra instalados juntos à saída do jato. No Yama Jigoku, o vapor de água quente sai pelas fissuras do chão de pedra. A temperatura do vapor, de 90°C, é aproveitada no aquecimento do minizoológico, que possui 17 espécies de animais, como macaco, hipopótamo, elefante e pavão.
O Bouzu Jigoku faz referência a monge budista (bouzu) porque antes havia um templo budista no local, que foi pelos ares em uma explosão, causada por um terremoto em 1489, que fez surgir uma fissura, de onde começou a jorrar a lama com mais de 90°C de temperatura. A atração não faz parte da associação, por isso não integra o itinerário do ônibus turístico. O lago visitado no roteiro de ônibus é o Oniishi Bouzu Jigoku, mas as bolhas de lama são menores que as do Bouzu Jigoku.



A riqueza que vem do mar
Mas a riqueza de Beppu não provém só das montanhas vulcânicas. A leste fica o oceano Pacífico, com águas calmas e cristalinas. Como as termais brotam próxima à praia, é um dos poucos lugares em que se pode banhar o pé – e por que não, o corpo inteiro – na areia. Turistas podem experimentar o banho de areia na praia de Shouningahama, a 15 minutos de ônibus da estação Beppu da JR. Apesar de ser chamado de “banho”, é uma espécie de sauna de areia quente. De acordo com a secretaria de turismo da cidade, o calor e o peso da areia são bons para quem tem problema de pele, dores musculares e lombares, dor nas articulações, torções e problemas digestivos.
Outra riqueza que vem do oceano são os peixes e frutos do mar. Eles podem ser cozidos no vapor das termas, da mesma forma que faziam os pacientes que passavam semanas em tratamento na cidade. Chamado de Jigokumushi (cozido no vapor do inferno), os pescados e as verduras são feitos em banho-maria em temperatura muito alta, o que preserva o sabor do alimento. white;">Takegawara Onsen Um dos prédios mais bonitos de Beppu é o Takegawara Onsen, um banho público com mais de cem anos de história. Takegawara significa telhado de bambu, e o nome veio por conta dos casebres simples, construídos na praia por pescadores, aproveitando uma fonte de água termal que ficava à beira do mar. Em 1879, com a chegada de turistas de diversas regiões, foi construído o primeiro prédio. A construção atual, de 1938, com dois pavimentos em madeira, tem banhos de água termal e de areia, abertos para público em geral. O preço do banho normal é 100 ienes (R$ 1,84), e o banho de areia custa 1.000 ienes (R$ 18,41).

Do aeroporto de Oita, pegue o ônibus Oita Koutsu Air Liner. A viagem até o centro de Beppu dura 40 minutos.
De trem
Siga de trem-bala até a estação Kokura. Pegue a linha Nippo Honsen até Nakatsu, e depois siga até a estação Beppu no trem com destino a Kozaki.


Bouzu Jigoku: Da estação Beppu do JR, pegue o ônibus para Kanwa (via Takenouchi) e desça no ponto Honbouzu. A viagem dura cerca de 20 minutos. Ingresso: 400 ienes/adultos (R$ 7,36), 200 ienes/crianças até 12 anos (R$ 3,68). Horário: das 8h30 às 17h. Tel.: 0977-66-1581

NippoBrasil

0 comentários:

MAIS POSTAGENS *--*