Conhecendo os Santuarios Xintoístas


Saiba as caracteristicas dos templos xintoístas, conheça suas estruturas e como se comportar em um local desses caso.
Em primeiro lugar você tem que ter em mente que não importa em que lugar do mundo você vai visitar, tente sempre ter educação e respeito, por essas e outras procure sempre saber no minimo o básico de regras e etiquetas para não cometer erros ou violações, isso é muito importante! Agora vamos conhecer mais sobre os templos.

O Culto

As práticas do Xintoísmo têm a finalidade de se dirigirem aos kami (que são dados como deuses, espíritos da natureza, que podem ser bons quanto maus) para que escutem a oração dos fiéis. As orações podem ter diversos sentidos: pedidos, muitas vezes relacionados com a vida do dia-a-dia ou com alguma ocasião importante; ações de graças, por um benefício concedido, uma meta atingida, um obstáculo ultrapassado; promessas de ação futura em favor dos homens e da sociedade; tentativas de aplacar a fúria dos kami, irritados por alguma coisa; ou, muito simplesmente, para os louvar, rendendo-lhes homenagem sincera, sem esperar propriamente nada de especial em troca.
Através de vários elementos, os fiéis podem estabelecer relação com os kami, relação muitas vezes de caráter filial, em que uma divindade é tutelar de dada região ou localidade. Os “paroquianos” (氏子 Ujiko) estabelecem especial ligação com esse kami, que os atende e protege, nos mais variados acontecimentos da sua vida.
Entenda que você vai ao templo para rezar, pedir e agradecer (o mesmo funciona em vários locais religiosos como igrejas, capelas, centros, etc) é um local silencioso e harmonioso.

Origem

Os santuários xintoístas espalham-se por todo o Japão, constituindo lugares privilegiados de culto. Mas, embora surjam por todo o lado, têm geralmente alguma razão especial para existir: um fenômeno natural, um acontecimento histórico ou mítico, a simples devoção pessoal ou o patronato político. Também os há motivados por revelações em sonhos, ou porque simplesmente era necessário um lugar de culto naquele local.
Quando o local de construção de um novo santuário é escolhido, põe-se em prática uma série de ritos, destinados a purificar o lugar e a invocar a presença do kami, para que se digne vir habitar naquele sítio. Se mais tarde for decidido deixar aquele santuário ou mudá-lo para outro lugar, existem os ritos inversos, pelos quais se convida delicadamente o kami a retirar-se.
O santuário encontra-se na base do Xintoísmo. É nesse local que a divindade habita e que escuta os seus fiéis, e é também centro de ligação da comunidade e de partilha de identidade. Neste contexto, podem distinguir-se três grandes tipos de santuários, conforme a abrangência que possuem:
  • os de dimensão local, centros de partilha de uma comunidade reduzida, onde se venera o kami da localidade. Este tipo de santuário congrega em torno de si as pessoas da aldeia, que sentem uma filiação comum em relação à divindade. O santuário aparece como local de estreitamento de relações entre kami e paroquianos.
  • santuários de tipo particular, mais abrangentes, procurados por motivos concretos e determinados, como o êxito nos negócios ou nos estudos, ou outro tipo de proteção especial. Este gênero de santuários encontra-se por todo o Japão.
  • por último, os grandes santuários nacionais, destino de peregrinação de milhões de pessoas, todos os anos, dos quais o mais importante é o de Ise, já referido, em honra da deusa Amaterasu, e que está diretamente ligado à casa imperial.

Além destes, há ainda templos dedicados a kami de guerra, a valores marciais ou em honra de pessoas notáveis, a quem se pedem favores específicos.
O santuário é entendido como um local onde as pessoas se vêm “refrescar” espiritualmente. Neles, está-se em profunda comunhão com a natureza, que abre o homem a uma espiritualidade plena e à identificação pessoal com os kami.

Estruturas

Os templos xintoístas podem assumir as mais diversas formas e tamanhos, mas apresentam certos aspectos em comum. Todos eles são constituídos por um edifício, ou um conjunto deles, inseridos num espaço envolvente, rodeados pela natureza. Têm particular importância as árvores, principalmente a árvore sagrada, sakaki (榊), utilizada em muitos dos rituais.
O espaço em volta do edifício principal é por vezes muito extenso, e apresenta-se dividido em várias partes. Ao longo do caminho, que nunca é em linha recta, encontra-se uma série de diferentes elementos separadores, que marcam também etapas duma caminhada espiritual. São eles:
  • os torii (鳥居), muito característicos dos templos japoneses, que são uma espécie de portais sem porta, constituídos por dois postes verticais e duas traves horizontais. Aparece um de imediato no início do caminho e depois geralmente mais dois, ou mesmo uma grande fila deles. A série de torii repete-se para cada via de acesso ao santuário;
  • pontes, por vezes várias, até se chegar ao templo algumas monumentais e muito elaboradas. A água é um elemento purificador, pelo que os cursos de água debaixo das pontes constituem uma eficaz barreira contra toda a impureza;

  • barreiras e paliçadas, com portas, que simbolizam a entrada no local sagrado, reservado ao homem puro.
Encontram-se também jardins, lagos, lanternas. Ainda antes de se chegar ao edifício principal, depara-se um tanque de água limpa, geralmente abrigado por um alpendre, no qual os fiéis se lavam, purificando-se de todas as impurezas e pecados, servindo-se, para isso, dumas colheres compridas de bambu, para tirar a água.
É costume também, em ocasiões solenes, libertar aves, peixes e outros animais.
Chegamos, finalmente, ao edifício do templo. Pode haver vários, num mesmo santuário, dirigidos a diferentes kami. Têm geralmente dimensões modestas, não obstante a grande diversidade de tamanhos. São constituídos por três secções:
  • uma sala de orações (Haiden) (拝殿) para os fiéis, onde eles dirigem as suas preces ao kami. À entrada está uma grande caixa de madeira, para depositar moedas, e um sino, ligado a uma corda, que serve para advertir o kami da presença do fiel;
  • uma sala de oferendas, reservada aos sacerdotes (Heiden) (幣殿);
  • uma sala mais pequena (Honden) (本殿), nunca visitada, considerada a morada física do kami, e onde podem estar depositados objetos simbólicos, como espelhos, jóias ou espadas, invólucros onde reside o espírito da divindade. O espelho, particularmente, é considerado morada privilegiada do espírito divino, e tem origem muito antiga, sendo já mencionado na mitologia japonesa.
Alguns santuários possuem também uma espécie de museu, não raras vezes repleto de peças de grande valor, consideradas espólio da divindade.
Os ritos exercidos nos santuários, apesar de muito diversos, apresentam o seguinte esquema: o sacerdote, depois de purificado, invoca o kami. Faz ofertas propiciatórias, de bebidas e alimentos, a que se segue a oferta de jogos, danças e representações, para entreter a divindade. No fim, o kami é convidado a retirar-se, seguindo-se uma refeição fraterna.

Ritos de purificação

A purificação é uma prática fundamental em toda a prática xintoísta. É por ela que o homem se liberta, regressando ao seu estado inicial de pureza, a que tem direito. Para a purificação, que antecede qualquer ato religioso, particular ou comunitário, utilizam-se diversos ritos, que assumem formas diferentes.
Os kami não suportam a impureza, pelo que se exerce sempre um conjunto de práticas purificativas antes do culto propriamente dito, que tornam puros os participantes, os objetos e as oferendas. Os ritos de purificação assumem três formas distintas:
  • o misogi (禊), que consiste na purificação por meio da água. A água é tida como poderoso elemento purificador, crença já muito antiga, pois é referida na mitologia: o deus Izanagi, depois de fugir dos infernos, banhou-se na água dum rio, para se purificar das imundícies contraídas naquele lugar. Ao banhar-se ou lavar-se na água, o fiel xintoísta obtém a purificação das impurezas, tanto das voluntárias como das involuntárias. Pela água, purifica-se o corpo e a alma. O misogi é depois estendido a níveis sucessivamente superiores: o coração, o meio envolvente, a alma;
  • o harai (祓), que é um tipo de purificação algo próximo do exorcismo. É realizado por um sacerdote, que agita sobre o que deve ser purificado ramos da árvore sagrada, sakaki, ou uma vara com tiras de papel penduradas, ónusa e joga-se um punhado de sal. Por este meio, obtém-se a purificação de todas as manchas, corporais e espirituais, bem como o afastamento de todas as influências malignas.
Duas vezes por ano, no fim de Junho e de Dezembro, realiza-se uma purificação solene, ou grande exorcismo, o chamado o-harai. No recinto do santuário, reúnem-se muitas pessoas, que recebem umas tiras de cânhamo ou de papel branco (kirinusa). Depois de recitar a oração de purificação, o sacerdote agita a vara com os papéis, enquanto as pessoas agitam também as suas tiras. Estas tornam-se objetos de substituição, contendo todas as impurezas, e são lançadas a rios ou ao mar. Nalguns santuários, um exercício semelhante é feito com papéis recortados em forma humana (hitogata), que a pessoa passa pelo corpo, depois de neles ter escrito o nome;
  • o imi (忌), que é um período de jejum a ser realizado antes das cerimonias. Tem duração diferente, conforme a importância do rito. Consiste em abster-se de determinados alimentos e bebidas, bem como de palavras e ações menos próprias. É um período de recolhimento pessoal, evitando todo o tipo de impureza, sem se ouvir música e sem se preocupar com assuntos que causem fadiga ou sofrimento. Este tipo de purificação é principalmente realizado pelos sacerdotes, que se retiram para outro lugar e fazem abluções. Após este tempo, qualquer pessoa está apta a participar nas cerimonias mais importantes.

Etiqueta

Agora que você já entende o porque da purificação, e como é feita veja abaixo como você deve entrar e rezar no templo xintoísta.

Temizu

Temizu 
  1. Ir ao Temizu antes de adorar um santuário.
  2. Leve a panela com agua com a mão direita, e jogue a agua na mão esquerda (A)
  3. Passe a panela para mão esquerda e limpe a mão direita.
  4. Passe mais uma vez a panela para mão direita, com a mão esquerda você deixa em formato de concha e despeje a agua na mão esquerda - com essa agua você usa para enxaguar a boca.
  5.  Lave a mão esquerda mais um vez.
  6. E coloque a panela na posição original.

Temizu 

Hairei

Hairei

  1. Lavar as mão e a boca antes de fazer a adoração (o que foi feito no Temizu).
  2. Prossiga em direção ao altar.
  3. Faça o sino tocar, mexendo na corda.
  4. Oferecer algumas moedas na caixa de oferendas (opcional).
  5. Curve-se bem para baixo (faça o cumprimento).
  6. Bata as mãos duas vezes.
  7. Em seguida curve-se profundamente.
Temizu


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