Sete Deuses da Sorte

Conheça a figura de cada um dos sete deuses que fazem parte das crenças japonesas

Pintura colaborativa de Hokusai Katsushika 葛飾北斎 (1760-1849),  Utagawa Kunisada 歌川 国貞 (1786-1865), Utagawa Toyokuni 豊国 (1769-1825), Torii Kiyonaga 鳥居清長 (1752-1815) e outros
Pintura colaborativa de Hokusai Katsushika 葛飾北斎 (1760-1849), Utagawa Kunisada 歌川 国貞 (1786-1865), Utagawa Toyokuni 豊国 (1769-1825), Torii Kiyonaga 鳥居清長 (1752-1815) e outros
Os Sete Deuses da Sorte, ou shichifukujin, podem ser encontrados em diferentes formas de maninfestação da cultura japonesa. De estátuas e pinturas a chaveirinhos, as suas representações fazem parte da crença japonesa que mescla divindades religiosas da Ásia oriental.
O único deus considerado japonês é o Ebisu sendo que os demais são provenientes da Índia e da China – de acordo com as influências do hinduísmo, taoísmo e budismo na cultura japonesa. A origem da união dos sete deuses é incerta, mas estudos apontam para o período Muromachi (1392-1573).
Ebisu, o deus dos pescadores 
Ebisu, o deus dos pescadores

Ele costuma aparecer segurando um peixe pargo e uma vara de pescar. É considerado protetor dos mares e dos pescadores. Por ser símbolo de honestidade, é também cultuado pelos comerciantes e agricultores.
O deus Ebisu também dá nome a uma cerveja popular no Japão, chamada Yebisu (forma arcaica de Ebisu, em que não se pronuncia o “y”). A empresa Sapporo, antiga Japan Beer, criou a cerveja Yebisu no final do século XIX, na época em que a maior parte das fábricas da empresa se concentrava na região sudoeste de Tóquio, onde foi construída a estação de trem de mesmo nome.

Bishamonten, deus dos guerreiros 
Bishamonten, deus dos guerreiros 

Deus da guerra e dos guerreiros. É representado com armadura e uma lança na mão direita. Na outra mão, ele segura um mini pagoda, torre pela qual o deus distribui riquezas aos pobres.
As preces para se ganhar uma batalha eram dirigidas a ele. É um símbolo de autoridade e está associado à proteção contra doenças e maus espíritos pelo seu poder de cura, de acordo com as tradições budistas.
É o rei do Norte e, portanto, o comandante dos Quatro Reis Celestiais (governantes dos pontos cardeais e protetores do monte Shumisen).
Fukurokuju, o deus da felicidade,  
Fukurokuju, o deus da felicidade

Divindade da felicidade, fortuna e longevidade, de origem taoísta. É associado à ideia de popularidade. Representado com uma barba branca, um bastão com um sutra (escrita budista) e uma testa elevada.
Fukurokuju é um sábio chinês, estudioso de alquimia chinesa e dos segredos da imortalidade.
Acredita-se que passar a mão em sua careca traz sabedoria. Geralmente está acompanhado de uma tartaruga ou veado (símbolos da longevidade).

Hotei, o deus da benevolência 
Hotei, o deus da benevolência

Divindade da felicidade e benevolência, de origem chinesa. Diz-se que ele era um monge budista que viveu no monte Siming, na China e que sempre passeava carregando um grande saco de pano nas costas.
Sempre alegre, Hotei é representado comumente com um leque e uma bolsa com alimentos e preciosidades para distribuir entre os pobres.
É a imagem do “Buda gordo”, que remete à satisfação e representa a grandiosidade de espírito. O seu ar de “inocência iluminada” também faz juz ao seu apelido de “Buda sorridente”.
Benzaiten, a deusa das artes 
Benzaiten, a deusa das artes

Divindade da música e das belas artes em geral, que traz saúde e beleza. Ela é a única divindade feminina e costuma aparecer segurando um instrumento musical chamado biwa, acompanhada de uma ou mais serpentes branca (acredita-se que sonhar com uma serpente branca é sinal de boa sorte).
Originalmente, para os hindus, ela é a deusa da água, por isso foi associada àquilo “que flui”, como a música, arte, poesia e literatura. Geralmente, os templos em sua homenagem ficam próximos ao mar.
Daikokuten, o deus da fortuna 
Daikokuten, o deus da fortuna

Protetor da terra, da agricultura e prosperidade no comércio, ele era considerado uma divindade guerreira em sua origem hindu-budista.
Costuma ser representado sobre duas panelas de arroz, com um saco nas costas e carregando um martelo, símbolos da riqueza e do trabalho.
Sua imagem é comumente representada com a presença de um rato, que tem um significado emblemático e moral conectado com a riqueza escondida na sacola que carrega.

Juroujin, deus da sabedoria 

Juroujin, deus da sabedoria

Divindade da sabedoria e longevidade. Tem uma longa barba branca e um cajado com uma inscrição (em que, diz-se que, está escritoo segredo da longevidade). É considerado um deus sábio e bem vivido que traz vida longa e inteligência.
Por volta do século XIX, algumas cidades criaram circuitos que incluem a visita a sete templos devotos a cada um dos deuses. Veja no mapa abaixo a peregrinação por Kamakura, na província de Kanagawa.

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