Máscara: respeito social


Porque os japoneses usam máscara?
Sabia que ainda fariam esta pergunta, principalmente agora que o Japão está sendo bastante divulgado e visto no mundo inteiro.
Antes mesmo do terremoto/tsunami, a mídia brasileira mostrava a encantadora cultura, tradição e tecnologia japonesas.
Era grande a procura sobre esses assuntos, principalmente através de sites de vídeos.
Depois da tragédia no nordeste do arquipélago, os acessos a essas redes aumentaram consideravelmente.



Não é raro, nesses vídeos, aparecerem muitas pessoas usando máscaras cirúrgicas. A princípio, imaginam que seja pela prevenção à radiação, porque a máscara também tem a função de conter a poeira radioativa. A hipótese não está errada em determinadas áreas, mas inicialmente, o motivo é outro.

Cheguei no Japão, em um domingo à noite.
No dia seguinte, a caminho de uma loja de conveniência, vi uma senhora usando máscara.
Logo imaginei que ela teria feito algum transplante. Lembro que o marido de uma amiga havia submetido a um transplante de rim e, após a alta, saía às ruas somente de máscara. Outros casos em noticiários e até novela de TV, os que tiveram feito algum transplante usavam máscaras para se protegerem dos micróbios.




No entanto, a caminho e dentro do mercado, percebi que haviam muitas pessoas usando máscaras e cheguei a comentar com uma pessoa que estava há muito tempo, que me disse que os japoneses usavam máscaras quando estavam gripadas.
Confesso que não gostei muito da idéia, pois achava um tanto anti-estético.
Com o tempo fui me acostumando e descobri que eu também deveria usar caso contraísse gripe, porque os japoneses usam máscaras por questão de respeito e eu também deveria respeitá-los.

Há muito tempo havia pensado em postar sobre o uso da máscara, mas por ser comum no Japão, achei que seria um assunto banal. Até que amigos que moram no Brasil fizeram a pergunta.



Cultura asiática

A prática é adotada na Coreia do Sul, China e muito mais comum no Japão.

No Japão, o uso iniciou no século 20, há um século atrás.
As primeiras máscaras para uso industrial, foram feitas no Japão, em 1879.

Uma epidemia da gripe espanhola, entre 1918 e 1920 - o mesmo vírus H1N1 de 2009 - chegou ao Japão em 1919.
Desde 1919, ameaçados pela gripe espanhola, que matou 390.000 pessoas no Japão, os japoneses passaram a usar máscaras e, desde então, tornou-se comum.

Além disso, o governo emitiu cartazes assustadores, recomendando o uso das máscaras: "Cuidado com os germes causadores de frio! Você está arriscando a sua vida, se você não usar uma máscara!"


Como a demanda das máscaras era grande, a qualidade diminuiu para aumentar a produção.

Passada a epidemia, puderam melhorar seus projetos, com filtros mais eficazes e substituindo as armações de arame por celulóide. O arame fica na parte superior da máscara, que serve para moldar no nariz, sem deixar frestas.

Em 1934, após um novo surto da gripe, as máscaras começaram a se popularizar.
A cada surto, as máscaras melhoravam a qualidade e tornavam-se mais populares.

Após a II Guerra, com o crescimento econômico e a expansão da silvicultura, o Japão passou a plantar enormes florestas de cedro, que causou outra epidemia: alergia ao pólen do cedro. Isto fez aumentar a demanda da máscara.


A alergia ao pólen, chamada de kafunsho é causada no início da primavera.
Como o Japão tem muitos ciprestes, nesta época ocorrem inúmeros casos de febre do feno ou polinose, causadas pelos pólens do sugi e hinoki




Os japoneses acham que não podem transmitir doenças, mas também não podem faltar ao trabalho.
A intenção não é apenas de auto-defesa, mas de minimizar danos aos outros.

É questão de respeito social e serve como proteção contra o frio e o kafunsho.

Desde crianças são conscientizadas da importância do uso da peça.


A OMS advertiu que não há provas de que as máscaras não propaguem doenças em ambientes comunitários, e que usá-los indevidamente pode ser mais perigoso do que não usar.
O Ministério da Saúde do Japão afirma que, dependendo do modelo e da qualidade, a propagação é evitada em entre 95% e 99,9% dos casos.

Em 2009, com a gripe suína, muitos paises aderiram ao uso da máscara, inclusive no Brasil.
Mesmo sem confirmação de caso da gripe suína no Japão, lembro que alguns modelos - preventivamente - haviam sumido das prateleiras, segundo um colega de trabalho.


Modelos

Por ser uma peça comum no Japão, estão à venda em qualquer comércio além das farmácias.
Lojas de conveniências, mercados dispõem de grande quantidade e modelos diversos.
Modelos são bem variados, bem como os preços
Quantidade por pacote, tamanhos adulto e infantil
Existem, embora ainda pouco usados, modelos estampados e coloridos

Fotos do site Rakuten



 

FONTE:http://vidasemvoltas.blogspot.com.br/

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