Conceito social - Tatemae e Honne

Se você já leu alguma história japonesa, seja um livro, manga ou viu algum filme, já pensou por que os personagens não falam o que eles sentem? Mesmo quando questionados, perguntados, pressionados, eles não falam nem demonstram! Problemas mil, amor à flor da pele, não importa, é sempre aquela enrolação. Não é só vergonha – os japoneses gostam de parecer fortes porque a sociedade exige isso.

Todos que querem entender a cultura japonesa precisam saber um pouco sobre Tatemae e Honne, pois os dois conceitos estão presentes todo o tempo no cotidiano dos japoneses. Se a convivência é aparentemente pacífica e os grupos funcionam em harmonia – como por exemplo, no ambiente de trabalho -, o custo é muito alto. Muitos japoneses se sentem sufocados porque, ao mesmo tempo que ninguém briga, não é possível expressar os próprios sentimentos e nem ter certeza se o que os outros falam é verdade.

Tatemae (建前)- o que é esperado

Nada mais é do que “mascarar” seus verdadeiros sentimentos e pensamentos em prol da paz e da harmonia do grupo. É comummente visto entre colegas de escola ou trabalho, quando não são amigos ou a situação não é adequada. 

Honne (本音) - o que é sentido

Em contrapartida temos o honne, que define o que a pessoa realmente sente, o que ela gostaria de falar ou como ela gostaria de agir. 

Para os japoneses, mais vale uma “doce mentira” do que uma “dura verdade” e por isso, eles tendem a esconder seus sentimentos verdadeiros e suas opiniões sinceras. Pode soar “falso”, mas é algo inerente à sua cultura. No Japão, a sua postura em público deve estar acima de sua “intenção verdadeira”.
Dessa forma, eles aderem a um comportamento de “fachada” para não demonstrar o que realmente sentem. Devido à essa etiqueta social ou dificuldade de expressar emoções, os japoneses acabam levando a “fama” de serem “frios” ou passando a impressão de serem “insensíveis”.
Outro detalhe é que socialmente, é raro ver um japonês dizendo “não”. Mesmo que internamente queiram dizer, acabam respondendo com um “talvez” ou um “provavelmente”. Isso porque o “não” pode soar rude e pode comprometer a “harmonia social“, que é muito presente na cultura japonesa.
Fonte: Japão em foco/ Tadaima Curitiba

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